quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pais? Não, progenitores.

Estou cansada de ti, de vocês, de estar sempre depois de tudo e de só me ouvirem por 5 minutos para depois voltar tudo ao mesmo.
Estou cansada de pensar que perdi mais de metade da minha vida em guerras e entre as vossas merdas. Sim, merdas. Choquei-vos?! Pois é, cresci e aprendi com vocês a dizer palavras de adultos, a agir como adulta e a crescer demasiado depressa quando devia era brincar às Barbies e correr atrás dos rapazes giros da escola.
A partir de hoje adoptei a designação que na BBC e na National Geographic dão aos pais: progenitores.

Cansei dos vossos 'mambos'.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um pé cá e outro acolá.

Um breve adeus ao passado. A dois passos do futuro.
Não sei se quero deixar um e agarrar-me a outro. Não sei se estou preparada para tudo o que vem. Não sei se me quero despedir do passado e daqueles que lá ficam (alguns vêm comigo!)...

Peço perdão a mim mesma por desejar ser pequena... muito pequena... pequenina... (como a Sara Caracoleta que me pintou ao lado de uma flor ao pé da casa da borboleta).
Quero construir casas e famílias, 'fazer grávidas', ver o mordomo a limpar-me a casa e ter 3 rebeldes a disputar a minha atenção...
Quero poder mudar penteados, ter mil e uma roupas giras, uma mesa de inventar e uma piscina no jardim.
Quero ter plantações de todo o tipo, ter um lago e pescar em frente a casa...

Quero ser grande apenas numa tela.
Quero ter um pé cá e outro acolá.


(esta entrada é dedicada à Ana que me disse "há muito tempo que não escreves no blog". Decidi, portanto, 'deitar cá pra fora' os pequenos-grandes sentimentos. Quero-te levar comigo para o futuro. Um grande beijinho e obrigada por tudo (L))

terça-feira, 31 de maio de 2011

20 # Carta para a pessoa que mais partiu o teu coração

« Foste tu. Tenho tentado esquecer(-te). Tenho tentado abster-me dos verdadeiros sentimentos e da razão.
Não consigo entender como ao fim de tanto tempo consegues manter-te com a mesma posição, com as mesmas atitudes e comportamentos mesmo depois de tudo... de tudo! Mesmo depois de toda a gente te apedrejar, humilhar, trair, esventrar... Será que tens noção de metade do que fiz? Será que sentes sequer culpa ou remorsos? Será que és uma pessoa assim tão cega que não vê o bem que sempre esteve diante dos teus olhos?
Não consigo entender. Nunca entendi, não entendo e jamais irei entender a natureza da tua essência. Como é possível que aquela pessoa sensata, sensível, amiga, compreensiva (mesmo depois de uma revelação)... como é que alguém que com apenas 14 anos fosse tão mais crescida do que a pessoa em que te tornaste ?
O teu desespero, a tua ânsia do 'tenho que ter isto para ser feliz' leva-te a aceitar a primeira pôia que te aparece à frente sem sequer avaliares o tamanho da enrascada que te vais meter e do que deixaste de tão valioso para trás.
Tenho pena de ti. És uma pessoa triste, que mostra ter imenso amor próprio mas que no fundo não passa de mais uma daquelas pessoas que não pode ser feliz se não tiver um buraco para enfiar a cabeça (se é que me entendes!!).

Um dia, vais chamar por mim e eu estarei cada vez mais longe.
Boa sorte. »

quarta-feira, 18 de maio de 2011

5 # Carta para os teus sonhos

« Tão poucos , tantos ou nenhuns ...

Tão poucos porque cada vez é mais difícil alcançar um sonho. Quando era pequenina, bastava receber o beijinho de boa noite dos pais, comer pipocas ou mascar pastilhas que isso era um sonho. Era sempre um sonho ir à praia e fazer um piquenique.
Hoje, é difícil saber o que são os verdadeiros sonhos que se podem realizar... os que não se podem são taaantos.

Nenhuns porque há sonhos que não se realizaram e nunca mais se realizarão. Às vezes tenho medo de sonhar; talvez porque sonho tanto que me esqueço da realidade. Mas quando a realidade é feita de pouco sonhos, poucas promessas e poucas metas...

Só me resta sonhar . »

quarta-feira, 11 de maio de 2011

11 # Carta para uma pessoa falecida com a qual gostavas de falar

« Partiste ainda era eu menina, por isso não tenho muitas recordações tuas. No entanto, lembro-me mais do que se calhar julgavas.
Eu não me esqueço daquele cheirinho a pipocas quando chegavas com dois pacotinhos na mão: um para mim, outro para o Pedro. Não me consigo esquecer de como isso era bom... saber que te lembravas de alguém que mal sabia quem tu eras.
Prendo uma memória que me está tão distante que mais parece um sonho... pedi-te para deixares de o trazer para mim. Não sei se isso foi bem assim, mas o sentimento de culpa por te ter dito isso ainda cá está.
Lembro-me quando já mal falavas devido ao problema na língua... mas quando partiste lembro-me de poucos pormenores.
Hoje retenho memórias simples de ti. Aquele cheiro irei sempre ligá-lo ás tuas visitas, ao facto de gostares de mim, de te lembrares de mim. Obrigada avôzinho :') »

terça-feira, 10 de maio de 2011

4 # Carta para o teu irmão

« Meu bem,
se cá estivesses saberias que não existe nada neste mundo que mais deseje do que tu.
Penso em ti sempre que pego em algo que te pertence. E mesmo que não esteja com nenhum objecto, estás-me na memória em vários momentos e, em todos eles, tenho vontade de chorar. E por isso peço que me perdoes, pois sei que odiarias ver-me em certos estados.
Corres pela casa a pedir-me para brincar, gritas por mim quando fazes alguma travessura. Eu sei que seria assim. Ou pelo menos julgo que sei.
Tenho saudades tuas princesinha. Tenho muitas. Tenho tantas que te vou criando à imagem de perfeição que só tu poderias ser.

Estás a ficar grande, muito grande. Cada vez maior para um coração que não sabe mais como fabricar memórias tuas.

Leva-me contigo. »

segunda-feira, 9 de maio de 2011

3 # Carta para os teus pais

« Mamã e papá,
vocês foram (e são) os mentores da minha vida. Foram vocês que me criaram, foram vocês que me proporcionaram ser gente neste mundo onde agora reina o FMI e onde o povo só não grita "água vai" porque agora há instalações sanitárias. Mas, cá para mim, continuamos todos a viver na m#$%&.

Papá, obrigada por me proporcionares participar na única corrida da qual saí vencedora.
Mamã, obrigada por me deixares rasgar a linha de meta ao fim de nove meses (e 16 dias).


Amo-vos.»